Toda
vez que nós quisermos descrever um lugar, devemos primeiramente apontar se esse
local é fechado ou aberto, Caso seja um local fechado, nós o denominaremos ambiente;
se, entretanto, for um lugar a céu aberto, chamaremos paisagem.
A paisagem. por sua vez, pode ser rural (campestre) ou urbana (vista que se tem de uma
cidade).
Cumpre, dessa forma, elaborar dois esquemas
básicos: o da descrição de ambientes e o da descrição de paisagens.
A descrição de
ambientes
Segundo nossa concepção. a descrição de
ambientes obedeceria ao seguinte esquema:
Esquema
de descrição de ambientes
Título
1º
parágrafo
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Comentário
de caráter geral.
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Introdução
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2º
parágrafo
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Detalhes referentes
à estrutura global do am- biente: paredes (janelas e portas), chão, teto,
lu- minosidade e aroma se houver.
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Desenvolvimento
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3º
parágrafo
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Detalhes
específicos em relação a objetos lá exis- tentes: móveis, eletrodomésticos,
quadros, escul- turas ou quaisquer outros objetos
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Desenvolvimento
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4º
parágrafo
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Observações
sobre a atmosfera que paira no ambi-ente.
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Conclusão
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De acordo com as indicações deste esquema, é
bom começar a descrição do ambiente escolhido com uma referência qualquer ao lugar
como um todo. Uma possibilidade é localizá-lo mais precisamente: casa, museu,
biblioteca, bairro. cidade. etc. Há, porém, inúmeras outras possibilidades de
fazermos um comentário que não revele apenas um detalhe insignificante.
No início do Desenvolvimento, tratamos da estrutura do ambiente. Falamos de como
são suas paredes (cor, estado de conservação, etc.), apontando a existência e a
loca- lização de janelas e portas. Comentamos, em seguida, as características
do chão e do teto, fazendo também observações acerca de sua cor, material com o
qual são construí- dos, estado de conservação e outros detalhes relevantes. Ao
falarmos sobre a luminosi- dade, podemos mencionar, por exemplo, a presença de
lustres luxuosos ou, dependendo do local, de uma certa escuridão decorrente da
má iluminação. Ainda é possível fazer referência ao aroma de plantas lá
existentes ou a outros menos agradáveis, como o do mofo. Tudo dependerá do tipo
de ambiente que você estiver descrevendo.
No segundo parágrafo do Desenvolvimento, entramos em pormenores. Escolhemos uma ordem (ou
direção) para descrever os móveis, utensílios ou adornos do local. A ordem
tanto pode ser da esquerda para a direita, da direita para a esquerda, como também
de trás para a frente, ou vice-versa, levando-se em conta a posição do
observador e a disposição dos objetos.
Na Conclusão,
terminamos por fazer um comentário de caráter geral, que pode ser, por exemplo,
sobre a atmosfera do ambiente descrito (de luminosidade, cor e alegria, ou de
desolação e tristeza), ressaltando a impressão que causa em quem dele se
aproxima ou o frequenta.
Veja agora um exemplo de descrição de
ambiente, feito com o auxílio do esquema que acabamos de mostrar.
O lugar e o tempo
Ao entrar na sala daquele casarão antigo,
tem-se, de início, uma desagradável sensação de abandono e de uma certa
tristeza.
As paredes, já quase sem cor devido à ação
do tempo, as duas janelas fechadas, com suas venezianas carcomidas, situadas
na parede oposta à porta, também velha, davam a quem lá chegava a impressão de
estar adentrando um museu abandonado. O chão já sem brilho e o teto no qual
havia um lustre luxuoso, mas empoeirado e com poucas lâmpadas em
funcionamento, confirmavam a impressão inicial. Sentia-se também no ar o odor
dos tapetes embolorados.
Da porta, avistavam-se logo à frente
alguns móveis em estilo colonial, muito antigos, mas belíssimos - verdadeiras
raridades. No centro da sala, uma mesa de cor marrom sobre um tapete persa de
rara beleza. Mais perto da porta, uma poltrona revestida por um tecido
amarelo florido e, como os outros móveis, empoeirada. Nas paredes, quadros de
paisagens e retratos daqueles que algum dia habitaram o que deveria ter sido
uma casa esplendorosa.
Em toda a sala pairava uma atmosfera de
desolação, de decadência, de en- velhecimento, que causavam em quem a contemplava
uma sensação de nostalgia.
|
OBSERVAÇÃO:
Lembre-se de que a pessoa que descreve pode
ou não aparecer, em alguns momentos, em meio à descrição. Isso não ocorreu no
exemplo acima. Entretanto, você pode fazê-lo, conforme sua vontade.
EXERCÍCIO
Treine você também. Descreva, com base no
mesmo esquema, uma sala de jantar, seu quarto ou sua sala de aula. Procure
criar um título original.
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A descrição
de paisagens
A descrição de paisagens, por sua vez,
propicia a elaboração de um outro esquema.
Tanto a paisagem urbana quanto a rural
podem ser descritas através do esquema que
mostraremos
agora:
Esquema de
descrição de paisagens
Título
1º parágrafo
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Comentário sobre
sua localização ou qualquer
outra referência de
caráter geral.
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Introdução
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2º parágrafo
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Observação do plano
de fundo: explicação do que se vê ao longe.
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Desenvolvimento
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3º parágrafo
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Observação dos
elementos mais próximos do observador: explicação detalhada dos elementos que
compõem a paisagem. de acordo com determinada ordem.
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Desenvolvimento
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4º parágrafo
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Comentários de
caráter geral, concluindo acer-ca da impressão que a paisagem causa em
quem a contempla
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Conclusão
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Na Introdução,
convém mencionar onde se localiza a paisagem que você está des- crevendo:
região, município, estado, etc., ou fazer qualquer referência de caráter geral.
No início
do Desenvolvimento, no segundo
parágrafo, você começa explicando o que vê ao longe., como está o céu
(ensolarado. nublado, etc.) e o que se enxerga no plano de fundo (algumas
montanhas, regiões de florestas, a zona periférica da cidade,etc.).
Ainda no Desenvolvimento, no terceiro parágrafo, é hora de dizer o que você
con- segue avistar em um plano mais próximo. Em outras palavras, você
descreverá os ele- mentos que se encontram mais perto do observador, seguindo
uma determinada ordem da esquerda para a direita ou da direita para a
esquerda), de tal modo que fique claro para o leitor a posição em que eles se
encontram.
Se preferir, nada o impede de escrever primeiro
sobre os objetos que estão mais próximos do observador, para depois fazer
referência ao plano de fundo. Dessa maneira, você inverteria a ordem dos dois
parágrafos do Desenvolvimento.
Na Conclusão
retoma-se novamente qualquer observação de caráter geral, isto é, algo relativo
à paisagem como um todo. Procure falar sobre a impressão que a paisagem causa
em quem a contempla, mencionando, por exemplo, se ela reflete grande beleza
(uma fazenda repleta de rica vegetação, ar puro) ou provoca uma sensação desagradável
(uma metrópole poluída, de aparência um tanto sombria). Lembre-se de que você
pode fazer qualquer comentário, desde que não mencione um detalhe insignificante
da paisagem que está descrevendo.
Leia agora dois exemplos de descrição: um
de paisagem rural e outro de urbana.
As duas composições foram elaboradas com o
auxilio do esquema de descrição de pai-
sagens.
Sítio
Alvorada: um recanto especial
Nas proximidades da cidade de Campo Limpo
existe um pequeno sítio. Situa- se em um terreno inclinado e arborizado quase
que em sua totalidade,
Olhando-se da casa construída bem no
centro do sítio, veem-se, até onde a vista alcança, outros pequenos sítios
com as mesmas características e, bem ao fundo, algumas colinas cujo verde
cintila pela ação dos poderosos raios de sol.
Em sua parte mais baixa, existe um
milharal que se estende até a casa de paredes brancas e janelas enormes. Em
frente à varanda há um jardim com flores variadas, que exalam perfumes
agradáveis e suaves. Já ao lado da casa existe um poço e, subindo um pouco
mais, avista-se um pomar repleto de árvores frutíferas, em especial
mangueiras, além da horta, onde predominam certos tipos de vegetal. Em sua
parte mais alta, não cultivada, há um pequeno gramado, onde as crianças
costumam brincar e, de lá de cima, contemplar toda a região.
Estar ali, em meio ao pomar ou ao jardim,
respirando aquele ar puro, com o leve aroma dos eucaliptos que circulam a região,
traz a qualquer um que frequente o local uma profunda sensação de paz. Lá
reinam o silêncio e a harmonia entre o homem e a natureza.
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Veja agora como podemos descrever uma
paisagem urbana. Faremos o observador
aparecer
no texto em alguns momentos.
Um patrimônio de todos os paulistanos
Do alto do edifício em que trabalho
avisto, todos os dias, uma das mais importantes avenidas da cidade de São
Paulo.
Hoje, nesta manhã nublada, a poluição, mais
do que nunca, domina o ambiente, e posso ver daqui de cima os grandes edifícios
aparentemente cinzentos, mas imponentes e gigantescos, que se estendem por
toda a avenida.
Do exato lugar em que me encontro,
percebo, do outro lado da rua, o contraste criado por um enorme edifício,
quase todo de vidro, de arquitetura arrojada, e uma casa antiga, do início do
século, a qual certamente pertenceu a um "barão do café". Do lado
direito da casa, um outro edifício, um pouco menor, que abriga vários
escritórios dos quais entram e saem pessoas a cada instante.
Ao contemplar este panorama e a movimentação
frenética das pessoas, que caminham apressadamente em todas as direções,
tem-se o exemplo mais característico do espírito empreendedor desta avenida -
retrato autêntico do progresso, movido por todos que contribuem com sua
energia produtiva.
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EXERCÍCIOS
1.Elabore
uma redação valendo-se dos elementos que constam no esquema de des- crição de
paisagens. Descreva uma fazenda que você tenha visitado ou que imagina poder
existir em algum lugar. Dê-lhe um título interessante. Procure utilizar linguagem
formal nesta composição.
2
. Faça uma descrição da rua em que você trabalha ou na qual mora. Não se
esqueça de criar um título.
Ótimo conteúdo! Muito completo e rico em informações!
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