segunda-feira, 24 de abril de 2017

CAPÍTULO TRÊS - OS PARÁGRAFOS DO MEIO

   

   Logo depois da introdução, é o momento de apresentar os seus argumentos, ou seja: o raciocínio a partir do qual se chega à proposta de intervenção, as razões que justificam seu pensamento e levam à conclusão.

  Você já reparou que lidamos com argumentos o tempo todo? Para justificar o interesse por uma pessoa, para convencer alguém numa entrevista de emprego, para mudar a decisão dos pais sobre determinada norma.
    É por isso que as provas do Enem e dos demais vestibulares pretendem verificar se vo-cê sabe usar ideias e tem embasamento para argumentar. Afinal, você terá que fazer isso ao longo de todo o curso universitário, no mercado de trabalho e na vida cidadã .
    Na sequência de início, meio e fim, os argumentos que ajudam a defender a sua tese (ou a sua proposta para a questão abordada) ficam no meio do texto.
   Essa parte da redação é chamada de desenvolvimento. É onde você apresenta suas ideias e desenvolve argumentações para conduzir o leitor e, de certo modo, convencê-lo sobre o que você pensa.
    Se fosse num julgamento, falaríamos que essa é a parte em que o advogado de defesa e o de acusação se pronunciam, para argumentar sobre a tese de "culpado" ou "inocente".
   Em geral, uma boa redação tem um parágrafo para cada argumento. Assim, se você tiver dois argumentos, serão dois parágrafos (ou, no máximo, três).
    Se forem três argumentos, três parágrafos.
   Evite passar de três parágrafos no desenvolvimento do tema. Se você fizer isso, sua redação pode ficar longa demais, ou os parágrafos serão muito curtos e superficiais.

EXERCÍCIO
  O desafio é definir pelo menos duas ideias ou dois argumentos que possam ser utiliza-dos para construir o raciocínio até a proposta de intervenção social, a partir de um tema proposto.
  
1.Observe o exemplo que segue.
     Como no exercício anterior, vamos partir do tema:
    O crescimento desordenado das grandes cidades e seus impactos.
     Veja ideias e argumentos que poderiam ser empregados:

A.Tema possível:
     O crescimento desordenado das grandes cidades e seus impactos.

Proposta de intervenção social:
     Para atenuar as corsequências ambientais e sociais causadas pelo processo de urba-nização acelerada, é preciso que o governo crie políticas para dar mais qualidade de vida às populações. Ao mesmo tempo, as pessoas precisam se envolver e cuidar  melhor das cidades, em prol da coletividade.

Ideias e argumentos a utilizar para construir os parágrafos do desenvolvimento
1. O processo de urbanização acelerado gerou cidades inchadas, que carecem de infra-estrutura para atender bem a todos.
2. O crescimento desordenado  provocou a ocupação de lugares  pouco indicados para moradia, como por exemplo em cima de encostas, com riscos de desabamentos.
3. A urbanização sem planejamento gera poluição. Aumenta o fluxo de automóveis, cres-cem os engarrafamentos; as indústrias precisam produzir mais e, com isso, lançam mais gases tóxicos na atmosfera.
4. Outro problema ambiental surge com o aumento dos detritos: faltam sistemas para tratar os resíduos, surgem os lixões.
5. A situação de pobreza em que muitos vivem colabora para aumentar a violência .
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  2. No  tema "Publicidade infantil em questão", considere a seguinte proposta de inter-venção social:
      A publicidade infantil deve ser regulamentada pelo governo federal, para proteger as crianças dos abusos das estratégias de marketing. A fiscalização do cumprimento dessas normas precisa ser rígida e permanente.
      Defina no mínimo duas ideias ou argumentos que você pode utilizar para discorrer so-bre o tema no desenvolvimento, já considerando que pretende defender essa proposta

COMENTÁRIO

Tema possível:
Publicidade infantil em questão

Proposta de intervenção social:
A publicidade  infantil deve ser regulamentada.

Ideias e argumentos a utilizar para construir os parágrafos do desenvolvimento
1. A criança é sensível e vulnerável à publicidade, não tem discernimento para avaliar e julgar as mensagens comerciais.
2. Muitos anunciantes se aproveitam da ingenuidade das crianças e estimulam até mesmo a aquisição de produtos nocivos, como por exemplo aqueles que formam hábitos de ali-mentação pouco saudáveis. Só esse fato já seria suficiente para exigirmos a regulação desse tipo de publicidade.
3. A OMS (Organização Mundial da Saúde) e a OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde) já publicaram recomendações para regular a publicidade infantil e recomendam os governos implementem políticas nesse sentido.


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