sábado, 28 de setembro de 2019

II - OS DEFEITOS DE UM TEXTO


     Ao escrever, devemos evitar defeitos que podem prejudicar a compreensão do nosso texto. No capítulo anterior, tratamos das qualidades que devem ser cultivadas: a clareza,
a concisão, a correção e a elegância. Vamos agora tratar de alguns defeitos que empobre-cem o texto.

AMBIGUIDADE
    Ocorre ambiguidade (ou anfibologia) quando a frase apresenta mais de um sentido.
    Ocorre geralmente por má pontuação ou mau emprego de palavras ou expressões. E considerada um defeito da prosa, porque atenta contra a clareza.
    Veja agora alguns exemplos de frases ambíguas:
    João ficou com Mariana em sua casa.
— Alice saiu com sua irmã.
    Nos exemplos acima, a ambiguidade decorre do fato de o possessivo sua poder estar se referindo a mais de um elemento.  Portanto, muito  cuidado  no  emprego  desse pronome possessivo. Você pode evitar a ambiguidade, substituindo-o por dele(s) ou dela(s).

ObSCURIDADE
    Obscuridade significa falta de clareza”. Vários motivos podem determinar a obscuridade de um texto: períodos excessivamente longos, linguagem rebuscada, má pontuação. Observe:
    Encontrar a mesma ideia vertida em expressões antigas mais claras, expressiva e ele-gantemente tem-me acontecido inúmeras vezes na minha prática longa,aturada e continua do escrever depois de considerar necessária e insuprível uma locução nova por muito tem-po.

PLEONASMO
    O pleonasmo (ou redundância) consiste na repetição desnecessária de um termo. Veja:
A brisa matinal da manhã enchia-o de alegria.
Ele teve uma hemorragia de sangue.
    Convém notar, no entanto, que bons autores costumam recorrer ao pleonasmo
. Em função estilística, a fim de tornar a mensagem mais expressiva. Nesse caso, o
pleonasmo não é considerado um defeito. Veja os exemplos abaixo:
“A mim, ensinou-me tudo. ” (Fernando Pessoa)
“A ti, trocou-te a máquina mercante. ” (Gregório de Matos)

 CACOFONIA
    A cacofonia (ou cacófato) consiste na produção de som desagradável pelaunião das sílabas finais de uma palavra com as iniciais de outra. Veja:
Nunca gaste dinheiro com bobagens.
Uma herdeira confisca gado em Mato Grosso.
Estas ideias, como as concebo, são irrealizáveis.

ECO
    Consiste na repetição de palavras terminadas pelo mesmo som. Observe:
A decisão da eleição não causou comoção na população.
O aluno repetente mente alegremente.

PROLIXIDADE
    A prolixidade consiste na utilização de mais palavras do que o necessário para exprimir uma ideia; é, portanto, o oposto da concisão. Ser prolixo é ficar “enrolando”, “enchendo linguiça”, não ir direto ao assunto.


    Nessa tira, para fazer uma simples pergunta, Lester usa a “terminologia e fraseologia" que julga  confusas e que questiona...

    O uso de cacoetes, expressões que não acrescentam nada ao texto, servindo tão-somente para prolongar o discurso, também pode tornar um texto prolixo. Expressões do tipo: “antes de mais nada”, “pelo contrário”, “por outro lado”, “por sua vez” são, muitas vezes, utilizadas só para prolongar o discurso. Cuidado com elas.

Veja o exemplo abaixo:

                        Os jovens têm algo a transmitir aos mais velhos?

     Antes de mais nada, não saberia responder com exatidão. Grosso modo, há sempre uma eterna divergência entre as gerações. Os jovens pensam de um jeito, às vezes, estranho. que chega a escandalizar os mais velhos... Já os mais velhos, por outro lado, costumam, na maioria das vezes, achar que os mais jovens, em alguns casos, não têm absolutamente nada a transmitir aos mais idosos.
   
    Além dos defeitos que apontamos, procure evitar as frases feitas, os chavões,
pois empobrecem muito o texto. Veja alguns exemplos:
“inflação galopante”
“vitória esmagadora”
“esmagadora maioria”
“caixinha de surpresas”
“caloroso abraço”
“silêncio sepulcral”
“nos píncaros da glória”

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

I - AS QUALIDADES DE UM TEXTO

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I - AS  QUALIDADES DE UM TEXTO

     Não existem fórmulas mágicas para fazer uma boa redação. O exercício contínuo, aliado à prática da leitura de bons autores, e a reflexão são indispensáveis para a criação de textos.
       Não pretendemos aqui formar escritores, como também não dispomos de uma “varinha mágica” que lhe permita, de um momento para o outro, tornar-se um escritor consagrado. Nossa tarefa, neste capítulo, será a de apontar algumas qualidades que você deve observar na produção de seu texto.
       São qualidades da redação que você deve cultivar: a concisão, a correção, a clareza e a elegância.

A CONCISÃO

      Ser conciso significa que não devemos abusar das palavras para exprimir uma ideia. Deve-se ir direto ao assunto, não ficar “enrolando linguiça”. Significa enfim, eliminar tudo aquilo que é desnecessário.
                                                        
A CORREÇÃO

     A linguagem utilizada na redação deve estar de acordo com a norma culta, ou seja, deve obedecer aos princípios estabelecidos pela gramática.
       Conhecer as normas que regem o uso da língua é fundamental para a produção de um texto correto. Evidentemente, a maioria das pessoas não conhece de cor todas as regras gramaticais. Por isso, em caso de dúvidas na redação, não hesite em consultar um bom livro de gramática.
   Tome cuidado com alguns desvios de linguagem que comumente aparecem em redações:
1º) Grafia — tome cuidado com a grafia de palavras que não conheça. Em caso de dúvidas, consulte o dicionário. Se não for possível, substitua a palavra por outra cuja grafia você conheça. Não se esqueça de verificar a acentuação das palavras.
2º) Flexão das palavras — cuidado com a formação do plural de algumas palavras, sobretudo as compostas (primeiro-ministro, abaixo-assinado, luso-brasileiro, etc.)
3º) Concordância — lembre-se de que o verbo sempre concordará com o sujeito e os nomes devem estar concordando entre si.
4º) Regência — fique atento à regência de verbos e nomes, sobretudo daqueles que exigem a preposição a, a fim de não cometer erro no emprego da crase.
5º) Colocação dos pronomes — observe a colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, nos, lhe, o, a, os, as).

A CLAREZA

       A clareza consiste na expressão da ideia de forma que possa ser rapidamente compre-endida pelo leitor. Ser claro é ser coerente, não contradizer-se, não confundir o leitor.
     São inimigos da clareza: a desobediência às normas da língua, os períodos longos, o vocabulário rebuscado ou impreciso.

A  ELEGÂNCIA

      A elegância consiste numa leitura de texto agradável ao leitor. É  conseguida  quan-
do se observam as qualidades que apontamos anteriormente (a correção gramatical, a clareza e a concisão) e também pelo conteúdo da redação, que deve ser original, criativo.
     Lembre-se de que a elegância deve começar pela própria apresentação do texto. Deve apresentar-se limpo, sem borrões ou rasuras e com letra legível.
      Sua redação será avaliada segundo os critérios da adequação à modalidade escrita em língua padrão: você deverá demonstrar em sua redação, capacidade de exprimir-se de forma adequada ao estilo escrito e formal. Em certas circunstâncias poderão ser aceitas modalidades próprias da linguagem oral (por exemplo, se você estiver reproduzindo um diálogo coloquial. É diálogo coloquial, em uma narrativa). Você deverá também revelar um bom domínio das regras gramaticais da língua culta; do sistema ortográfico e dos recursos de pontuação. (Manual do candidato — Unicamp-SP)